segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

triste...


A minha mãe sempre disse que me devia habituar a viver com pouco. Costumava falar-me de dinheiro... Que devia ter regras, que devia ser modesta, que devia organizar-me. Porque é muito bom ter muito, poder fazer uma vida confortável e despreocupada, mas que nem sempre a vida é dessa forma. Dizia-me que se estivermos habituados a viver com pouco podemos aprender, facilmente, a viver com muito; mas se estivermos habituados a viver com muito é mais complicado depois viver com pouco.
Acho que isso vale não apenas para o dinheiro, mas para tudo na vida. Hoje sinto tanto isso na pele... É difícil contentar-me com o pouco depois de ter tido o muito e ter sido muito para alguém.
É complicado depois de ter andado nas alturas, estar mais perto do chão. É difícil saber viver com menos do que já se teve...
E como é triste sentir isso! É triste quando nos apercebemos que querermos ser algo que na realidade já não somos... É triste perceber que já nem se tem tanto, nem se é tanto...
É triste e difícil de aceitar.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

eu vivo com....


Eu gostava de ser daquelas pessoas que vive sem expectativas, em que tudo que vier vem e pronto, em que não se pensa muito, nem se espera nada.

Mas eu não sou assim e desconfio de quem me diz que é.
Eu sou das que pensam, antes e depois de agir, das que esperam que os piores receios não se concretizem, que enfrenta tudo que vem, mas que vê moinhos de vento onde às vezes não há.

Já fui mais ingénua, já sonhei mais, já me emocionei mais (e demais). Já tive o meu patamar de moral, de onde não descia, mas hoje compreendo mais, desculpo mais.

Já achei que a minha felicidade dependia de estar com uma pessoa, bem como já acreditei que temos de ser felizes connosco mesmos primeiro. Hoje, levo o meu gostar um dia de cada vez e sou bem mais céptica em partilhá-lo, mas espero partilhar.




E é essa espera que estraga tudo.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

no way...


Não ha grande margem para me sentir confusa, na verdade. A vida dele era um palco, com deixas treinadas e sentimentos bem encenados. Não ha espaço para mim neste tipo de peças. Todos os personagens principais já estão atribuídos. E eu não estou disponível para aceitar papeis secundários. No way.

sábado, 29 de janeiro de 2011

realmente mesmo...


Tudo acontece por acaso.
Será?

Tenho passado os últimos dias a pensar. E dei por mim a fazer aquela pergunta:

O que é que eu realmente quero? (o que nunca, repito, nunca, é bom sinal).

Ora, dada a conjectura existencial actual, não é boa ideia ponderar muito acerca das coisas - até porque há coisas que se forem muito pensadas saiem-nos ao lado.

Mas fazendo um esforço de análise...Ora bem o que é que eu quero:

Quero alguém que eu sinta poder contar tudo - se quiser. E a quem não cobrar que me conte todos os pensamentos do dia - algum mistério é bom.

Quero poder dar sem me preocupar se tudo o que dou vem em retorno e aceitar aquilo que me dão como o melhor presente do mundo.

Quero surpreender com pequenas nadas e ser surpreendida.
Quero poder amar com a certeza que posso sofrer, em vez de viver no morno, no mais-ou-menos e no assim-assim.

Quero alguém que não tenha medo de dizer que errei e a quem possa dizer: magoaste-me - sabendo que tudo vai ficar bem, porque somos nós e porque o sentimento cresce com tentativa-erro.

Quero estar lá nos momentos importantes e de vez em quando poder fazer sentir a minha ausência - e ter o coração apertado por o querer ver.

Quero alguém que ria comigo e saiba abraçar-me quando precisar, tendo a certeza que eu farei o mesmo com ele.

Quero alguém que sinta que, se precisar, toma conta de mim. E já agora que me deixe tomar conta quando ele precisar.

Não quero alguém que esteja todos os minutos comigo, ou pense em mim a todo o momento, mas nos momentos em que está eu seja o mundo dele. E que quando pense em mim, também mo saiba demonstrar.

Quero alguém que possa seduzir todos os dias e mostrar mais de mim. E que tente cativar-me.

Quero gostar de alguém todos os dias mais um bocadinho e que, naqueles em que isso não seja possível, eu saiba mostrar-lhe que é o único no meu mundo.

Quero alguém com quem passar os "tudos" e os "nadas" da vida, o significante e o insubstituível e ter a certeza que com outra pessoa nada seria da mesma forma...

domingo, 23 de janeiro de 2011


....e nada muda, right? Nunca aprendemos. Nunca esquecemos. Não ganhamos e não perdemos. Nada. Nem ninguém. Somos burros de carga de coisas gastas e obsoletas. Levamos memórias, erros, ilusões pela vida fora. E somos sempre os mesmos. Só que mais pesados. Os nossos passos tornam-se mais lentos. Os nossos pés deixam marcas mais fundas na areia. Mas somos os mesmos. Procuramos o mesmo. Sempre. Digam o que disserem. Nunca deixamos de buscar aquele tal sítio que nos contaram que existia. Arrastamos a bagagem de poiso em poiso. Dá-nos força aquele sonho de relva verde e água fresca. Move-nos a paz desejada. Mas não adianta parar para pedir indicações. Nunca ninguém lá esteve. E se esteve, não voltou.

E eu? Porque é que não acredito, mas mesmo assim quero lá chegar?

Coisa estranha......

terça-feira, 11 de janeiro de 2011


Por favor não olhes para mim
Por favor não repares a minha presença
Quero ser invisível ao teu olhar e ao teu respirar
Afogo-me lentamente no fundo
E não quero alcançar a vida
Por favor, esquece-te de mim enquanto estiver assim...